Houve uma vez
Que um pequeno sino badalou
Anunciando que as agonias humanas terminariam
Eu imaginei então que minha solidão acabaria
E que o amor que eu jamais tive seria alforriado
Sem ter razão, explicação ou cercado
Livre para o mundo estaria
Pobre e insano rapaz
Não coube dentro de si a tristeza
De ver seu amor de rara beleza
Se esvair ali atrás
Sem coragem de erguer o rosto
Deitou-se no rio de manhãzinha
E ouviu-se um grito fosco
Capaz de esfriar a espinha
Um ou dois suspiros voltaram
As entranhas pareciam que saltavam
Conseguiu novamente ar no peito
A vida lhe deu e deu-se mais respeito.
Fernando Zamban
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