Páginas

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Agonias Humanas

Houve uma vez
Que um pequeno sino badalou
Anunciando que as agonias humanas terminariam

Eu imaginei então que minha solidão acabaria
E que o amor que eu jamais tive seria alforriado
Sem ter razão, explicação ou cercado
Livre para o mundo estaria

Pobre e insano rapaz
Não coube dentro de si a tristeza
De ver seu amor de rara beleza
Se esvair ali atrás

Sem coragem de erguer o rosto
Deitou-se no rio de manhãzinha
E ouviu-se um grito fosco
Capaz de esfriar a espinha

Um ou dois suspiros voltaram
As entranhas pareciam que saltavam
Conseguiu novamente ar no peito
A vida lhe deu e deu-se mais respeito.

Fernando Zamban

Nenhum comentário: