Páginas

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Aphonía

Na casa cega de Romeu e Julieta
paira senão a imensidão do nada,
espreitada, escondida e apagada
feito lápis, brasa ou alma penada.

É capaz de alguém hesitar,
incrédulo sujeito sem pesar
põe reparo até na sinfonia
Reescrita em solfejos de agonia

Mas a voz suave se erguerá
Na toada do novo grito seco,
o gemido espremido contará
o clamor daquele pobre beco.


Fernando Zamban

Nenhum comentário: